Vigilantes, bombeiros, policiais, médicos, enfermeiros, garçons, frentistas, gerentes, camareiras e motoristas. A lista é muito maior, mas esses são alguns dos profissionais que trocam a noite pelo dia. Enquanto boa parte da sociedade descansa, eles estão a todo vapor para exercer suas atividades, algumas até consideradas de caráter essencial, como saúde, segurança e transporte público. Esta é uma das marcas da modernidade, resultante da necessidade cada vez maior, principalmente nos grandes centros, da ininterrupção dos serviços.
Ao amanhecer é a hora de eles baterem o ponto e retornarem às residências de forma a recarregarem as energias para a noite seguinte. Uma rotina vista como normal e inofensiva até que se considere um detalhe importantíssimo: a espécie humana é diurna, na prática, fisiologicamente constituída para se manter acordada enquanto há luz natural. Finado este período, a “máquina” é programada, digamos assim, para ser desligada.
Um exemplo que pode facilitar o entendimento é a produção de hormônios. Há algumas substâncias que são produzidas pelo sistema endócrino exatamente à noite.Veja o que diz o médico neurologista da Unidade do Sono de Brasília, Dr. Raimundo Nonato Delgado Rodrigues, especialista em Medicina do Sono.
O organismo não perdoa. Mais cedo ou mais tarde ele dá sinais de que há algo errado. Do nada, a pessoa apresenta dores de cabeça – aparentemente inexplicáveis –, explosões emocionais, irritabilidade, alteração na atenção e na concentração, dificuldades para tomar decisões e até mesmo de se relacionar. As chances são grandes de desenvolver também problemas metabólicos. Diante deste cenário, trata-se de um profissional mais fragilizado, que com o passar do tempo passa a visitar os médicos com mais frequência.
Outra verdade é que nem todas as pessoas apresentam condições – do ponto de vista físico, psicológico e emocional – para realizar as atividades laborais em período inverso àquele entendido pelo corpo como normal. Pense bem! Conforme já dito, o ser humano é diurno, mas, por conta das mudanças sociais, há quem precise trabalhar à noite e dormir de dia, seja por necessidades financeiras, de oportunidade profissional e de negócios. Sem dúvida alguma, é uma decisão que leva à fragilidade da saúde. Isso vale para todos. Porém, há aqueles que não se adaptam a essa mudança e apresentam problemas mais preocupantes do que os já citados no texto.
No vídeo abaixo, confira as medidas defendidas pelo Dr. Raimundo Nonato Delgado Rodrigues para que haja um proteção maior do trabalhador.
E quem disse que, ao chegar em casa, a pessoa terá um sono tranquilo e profundo e compensará a noite em claro? Não raramente, há queixas de falta de estrutura e adaptação do ambiente para dormir o necessário. Isso leva a um outro problema: uso de medicamentos.
Saiba mais sobre o Dr. Raimundo Nonato Delgado Rodrigues
Médico especialista em sono pela Associação Médica do Brasil, neurologista pela Academia Brasileira de Neurologia, com doutorado em Clínica Médica (Medicina do Sono) pela Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília em colaboração com a Clinique Neurologique des Hospices Civils de Strasbourg – France. Professor de Neurologia da Universidade de Brasília, DF.
Saiba mais sobre a Unidade do Sono
A Unidade do Sono de Brasília foi fundada em julho de 2017 por uma equipe multidisciplinar, tendo como objetivo levar à comunidade brasiliense atendimento dos transtornos de sono, personalizado e de alta qualidade. Para isso, conta com a colaboração de pessoal técnico capacitado e amplamente supervisionado.